BOM DEMAIS NA MEDIDA CERTA

No instante em que uma boa obra se torna pública e conhecida, perde o seu caráter específico de bondade, de não ter sido feita por outro motivo além do amor à bondade. Quando a bondade se mostra abertamente já não é bondade, embora possa ainda ser útil como caridade organizada ou como ato de solidariedade. Daí: "Não dês esmolas perante os homens, para seres visto por eles". A bondade só pode existir quando não é percebida, nem mesmo por aquele que a faz; quem quer se veja a si mesmo no ato de fazer uma boa obra deixa de ser bom; será, no máximo, um membro útil da sociedade ou zelozo membro da Igreja. Daí: "Que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita".

Hannah Arendt em "A condição humana", Editora Forense Universitária, p.85.

3 comentários:

Daniel Freitas quarta-feira, 23 abril, 2008  

profundo viu.... mas ocorre muito na sociedade isso!

leia tambem:

http://petboys.blogspot.com/

Plágio quarta-feira, 23 abril, 2008  

quase impossivel encontrar modelos de bondade como o texto sugere...

o que os "bons" querem é o status de "bons".

www.e-nozes.blogspot.com

___Maio___ quinta-feira, 24 abril, 2008  

acho bem normal este tipo verdadeiro de bondade, pelo menos jesus não ensinou nada impossível...

Pensamento da Semana

"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente..." (Soren Kierkegaard)